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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2013 Jules Bennett

© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.

A marca do amor, n.º 1200 - Julho 2014

Título original: Hollywood House Call

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises

Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-5342-3

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Volta

Capítulo Um

 

– Quero dispor do teu corpo.

Callie Matthews voltou-se para olhar para o seu chefe, um atraente cirurgião plástico de Hollywood, que estava na receção do consultório. Meteu-lhe a mão atrás das costas e fechou a porta principal à chave.

– Desculpa? – perguntou ela, agradecendo o facto de o consultório estar fechado.

Noah Foster fez um sorriso maroto, um dos que nunca falhavam no momento de conseguir que uma mulher ficasse com as pernas a tremer enquanto ele lhe tirava a roupa interior. Claro, a sua roupa interior tinha sempre permanecido no seu sítio, mas...

Se ele lhe dissesse que o seguisse até à sala de descanso e...

– Ouve lá – disse ele. – Sei que queres conseguir a oportunidade da tua vida atuando e...

Estava claro que ele não estava a pensar em levá-la para a sala de descanso e arrancar-lhe a roupa interior. Uma pena.

– No entanto, tenho uma proposta para ti. Gostaria que posasses para a minha próxima campanha.

Ela negou com a cabeça.

– Como?

Noah aproximou-se dela, olhando-a nos olhos e sem deixar de sorrir.

– Gostaria que fizesses de modelo no anúncio de promoção do meu novo consultório.

Callie pôs-se em pé e contornou a secretária.

– É evidente que não pensaste bem nisso.

Ele olhou-a de cima a baixo, provocando-lhe todo o tipo de pensamentos sugestivos.

– Pensei sim. E quero-te a ti.

«Oh, meu Deus. Se ele me dissesse essas palavras, mas noutras circunstâncias».

– Tens montes de clientes que poderiam fazer isso – disse ela, e voltou-se para agarrar na sua mala, que estava na sala do final do corredor. – Além disso, nunca fiz de modelo.

Como a maior parte dos imigrantes de Los Angeles, Callie estava desejosa de transformar-se numa atriz famosa. No entanto, a sua agente não lhe tinha conseguido nenhuma audição que não fosse horrível. Até àquele momento tinha feito um anúncio de um creme para o acne e outro de um medicamento para tratar uma doença de transmissão sexual. Não era, obviamente, o tipo de fama que ela desejava ter. Mas tinha que começar por algum lugar, não?

Se calhar o assunto das doenças de transmissão sexual era o motivo pelo qual Noah não estava interessado em vê-la fora do consultório. Se calhar não sabia que era tudo fingido. Ela gozava de boa saúde nessa área, e tinha que ter em conta a sua falta de experiência no tema sexual. Não era virgem, mas só tinha tido duas aventuras patéticas.

– Só quero umas fotos tuas, Callie – Noah seguiu-a e apoiou-se na porta. – O anúncio que queremos fazer mostrará a maneira de permanecer jovem.

Callie cruzou os braços e apoiou-se no balcão.

– Mas tirando a pequena cicatriz que tinha no queixo e que me trataste com microdermoabrasão, não fiz mais nada. Não seria publicidade falsa?

– Seria publicidade falsa se nunca tivesses sido minha cliente. Mas és perfeita, Callie. És bela, e ficarás muito bem à frente da câmara. Depois aparecerás em todas os cartazes publicitários da cidade. Diz lá que não gostas da ideia de ver-te exposta.

– Achas que isso me ajudaria com o tema da interpretação?

Ele encolheu os ombros.

– Não te fará mal.

Callie sonhava que lhe dariam um papel no próximo filme de Anthony Price, e a sua agente estava a tentar que ela fizesse um teste. Se tivesse os contactos adequados...

– Eu também tenho uma proposta para ti – respondeu ela.

Ele franziu a testa e revirou os olhos.

– Deixas-me nervoso quando fazes essa cara. A última vez que tiveste um momento de inspiração terminámos na sala de descanso com uma máquina de café que salpicou o chão e todas as paredes.

– Foi um incidente técnico de menor importância.

Ele suspirou.

– Conta-me lá, Callie.

– Se falares com a Olivia Dane para que ela me consiga uma audição para o próximo filme do Anthony, posarei para ti.

Se Noah ligasse à mulher que, para além de ser uma das suas melhores clientes, era a mãe do famoso produtor do filme em que Callie desejava conseguir um papel, ficar-lhe-ia agradecida para sempre.

– Não te digo que lhe peças que me dê um papel – continuou ao ver que ele não dizia nada. – Só quero que me façam um teste para demonstrar-lhes o que posso fazer.

Odiava que parecesse que estava a suplicar, mas estava a fazê-lo. Tinha ido a Los Angeles atrás de um sonho e faria o possível por conseguir realizá-lo.

Acreditava no destino e não era coincidência que estivesse a trabalhar para o cirurgião plástico que se ocupava de satisfazer todas as necessidades da mulher mais famosa de Hollywood.

– Por favor – pediu, com um sorriso rasgado.

– A tua agente não te consegue uma audição? – perguntou ele.

Callie encolheu os ombros.

– Diz que não é o papel adequado para mim. Mas se não me derem a oportunidade nunca poderei demonstrar o meu talento.

Ele esticou o braço e colocou-lhe a mão no ombro. Ela não conseguiu evitar estremecer. Desejava sentir aquelas mãos sobre o seu corpo sem roupa pelo meio.

«Os sonhos, um de cada vez, Callie», pensou.

– A tua agente está neste negócio há bastante tempo – comentou ele em tom suave. – Se calhar sabe do que está a falar.

– Não vejo o que é que isso tem de mau – insistiu ela. – Se não conseguir, também não perco nada. Existe a possibilidade de que pudesse conseguir algo com o que sonhei toda a minha vida.

– Não posso ligar-lhe. Sei quanto o desejas, mas não poderia viver tranquilo sabendo que te ajudei a ter uma forma de vida que não é tão glamorosa como tu pensas. Não estás assim há tanto tempo na cidade, Callie. Por que é que não relaxas? O Anthony Price é um assunto sério.

– Está bem. Conseguirei uma audição pelos meus próprios meios.

Ele colocou as mãos nas ancas.

– Deixa que a tua agente faça o trabalho dela, Callie. Uma pessoa não se transforma em estrela de um dia para o outro. És uma mulher bonita, por isso não terás problema para que reparem em ti.

Ela sentiu que uma onda de calor a invadia por dentro. Que um homem como Noah Foster lhe dissesse que ela era uma mulher bonita, era um daqueles elogios que guardaria sempre no coração.

– Eu dou-te cinquenta mil dólares para posares.

– Cinquenta mil? – perguntou Callie, assombrada pela oferta. – Estás louco?

Ele riu-se.

– Quando ficas impressionada, o teu sotaque torna-se muito forte.

– Não tenho sotaque – disse ela. – E retomando o tema da oferta, estás a brincar?

Ele ficou sério.

– Nunca brinco acerca do trabalho ou do dinheiro.

Cinquenta mil dólares era muito dinheiro. Os seus pais necessitavam de mudar o telhado da casa e, além disso, poderia comprar-lhes outro carro, um em que eles pudessem confiar. Como podia rejeitar uma oferta daquelas?

Enquanto pensava nos prós e nos contras, Noah olhou para ela daquele modo que fazia com que ela ficasse nervosa. Por um lado, era médico-cirurgião e parecia que estava sempre a analisá-la. Por outro, parecia-lhe um homem tremendamente sexy. E o facto de continuar solteiro era incompreensível para ela.

Se calhar era péssimo na cama.

Mas não seria possível que um homem como Noah Foster fosse um desastre entre os lençóis. Era um homem muito sexy e, posto que vestido já era perfeito, ela não podia imaginar como seria quando estivesse nu.

Noah dedicou-lhe um sorriso sedutor para tranquilizá-la acerca do seu futuro. Ela sabia que não podia rejeitar aquele dinheiro e por muito que desejasse que ele ligasse a Olivia, estava-lhe agradecida por ele confiar tanto nela a ponto de oferecer-lhe aquela quantidade.

– Farei o anúncio – respondeu. – Se tens a certeza de que a minha imagem é a que queres que apareça nos cartazes publicitários.

– És exatamente o que quero, Callie. Quero captar a tua juventude e inocência.

Callie riu-se.

– Não sou assim tão inocente.

– Mudaste-te para aqui há menos de um ano e criaste-te no Midwest – inclinou-se um bocado e olhou para ela com os seus olhos escuros, invadindo o seu espaço pessoal. – Continuas a ser praticamente virgem.

Callie sentiu que se lhe secava a boca porque a palavra virgem provocou que pensasse em sexo, e Noah estava demasiado perto.

– Asseguro-te que não sou virgem.

– É bom sabê-lo – disse ele com um sorriso. – Mas fico contente por teres aceitado posar para as fotos.

– Alguma vez tiveste que lutar por alguma coisa ou consegues sempre o que queres só de fazer esse sorriso? – gracejou ela.

Durante um instante, Noah pôs uma expressão sombria e engoliu em seco.

– Ficarias surpreendida se soubesses tudo aquilo pelo qual eu lutei e tudo o que perdi.

«Não é assunto meu», pensou ela. Todo o mundo tinha um passado e só pelo facto de que ele fosse um cirurgião rico e poderoso, não significava que tudo tivesse sido fácil. Mas aquela tinha sido a primeira vez que tinha visto um indício de sofrimento atrás daquele sorriso milionário.

 

 

Não era virgem.

Noah queixou-se em silêncio. Era possível que Callie Matthews não fosse virgem no sentido sexual, mas era evidente que era uma mulher muito inocente, posto que se tivesse imaginado o que ele tinha pensado enquanto estava com ela tê-lo-ia processado por assédio sexual.

Ele negava-se a cair no estereótipo de sair com a sua rececionista mas admitia que gostaria de conhecê-la na intimidade. Dois dias antes tinha brincado com o fogo ao encurralá-la na sala. Ao aproximar-se dela tinha visto o brilho dos seus olhos verdes e a maneira como ela humedecia os lábios com nervosismo, uns lábios sensuais que suplicavam para serem beijados. As suas clientes pagavam uma pequena fortuna para conseguirem uma boca como a de Callie.

Noah acomodou-se na cadeira da secretária. Ela estava a ponto de chegar e ele pretendia que a sua relação fosse estritamente profissional.

Não voltaria a tocar-lhe nem permitiria que o prendesse com o seu olhar e os seus sonhos infantis.

Se Callie soubesse ao que se expunha tentando transformar-se em atriz de Hollywood, regressaria sem pensar duas vezes ao seu lugar de origem. Nem tudo era glamour e ostentação. E não estava disposto a voltar a presenciar como a mulher de quem ele gostava caía no lado escuro da vida de Hollywood.

As feridas que a sua noiva lhe tinha provocado ainda eram demasiado recentes.

E como todos os dias, devia regressar à casa que tinham partilhado. Como continuava preocupado com a doença da avó dela, Noah tinha a sensação de que aquelas feridas nunca chegariam a cicatrizar-se.

Às vezes, Callie fazia-lhe lembrar tanto Malinda que inclusive pensar na maneira como a sua noiva costumava ficar iludida com a sua futura carreira como atriz, o fazia sofrer. A história de Callie era a mesma que a de Malinda... E daquela vez ele negava-se a afeiçoar-se.

Passou a mão pelo cabelo tentando esquecer o pesadelo que ainda o invadia.

A sua noiva tinha sido tudo para ele. E ele teria feito qualquer coisa para salvá-la. Mas tinha fracassado. Tinha falhado à mulher que amava do fundo do coração, a mulher com quem tinha desejado passar o resto da vida. Noah nunca voltaria a entregar o seu coração. Achava que não poderia suportar outra perda.

Por isso não falaria com Olivia para tentar que Callie conseguisse o papel. De facto, queria utilizá-la como modelo para evitar que ela entrasse num mundo escuro que Callie desconhecia por completo. Se conseguisse mantê-la satisfeita com o dinheiro, e manter a sua atenção na ideia de fazer de modelo, se calhar esqueceria o seu sonho de transformar-se em atriz.

Tinha que intervir e fazer qualquer coisa. Não podia manter-se à margem e observar como outra mulher inocente se transformava em vítima do lado escuro da indústria do cinema.

Porque já sentia certa preocupação pela bela e ingénua rececionista. Sabia quanto lhe pagava, mas também que ela nunca tinha dinheiro. Não seria que apesar de só ter feito alguns anúncios já tinha caído no lado escuro do qual ele queria protegê-la?

O cinismo nunca tinha sido uma característica da sua forma de ser até estar a conviver com uma viciada, e odiava o pessimismo que desde então se apoderava dele.

Ouviu que se abria a porta traseira do consultório, depois o som das passadas de uns sapatos de salto alto a aproximar-se da sua secretária.

– Tudo bem? – perguntou Callie, com a mala pendurada num ombro e o saco de comida na outra mão.

– Claro. Por que é que não ia estar tudo bem?

Ela olhou para ele de soslaio e esboçou um sorriso.

– Porque nunca chegas ao consultório antes de mim.

O vestido azul que ela usava realçava-lhe as curvas do corpo de forma sexy mas profissional, e Noah teve de controlar-se para não pensar em como gostaria de lho tirar ou se ela teria vestido alguma coisa por baixo. Tinha que ser uma tanga ou então nada. E se não tivesse roupa interior... não podia pensar nisso.

– Tinha algumas coisas que fazer antes de chegar o meu primeiro cliente – disse ele. – Há uma criança que se queimou num incêndio e pode ser que ma passem a mim. De facto, acabo de falar com um colega depois de pensar nas distintas possibilidades que tem o pequeno.

– Lembro-me desse caso – sorriu Callie. – Isso é o que faz de ti um médico estupendo. Fiquei muito contente por teres aceitado o caso.

Noah não queria que ela o considerasse um salvador. Aliás, não queria implicar-se emocionalmente com uma criança. As crianças eram vulneráveis por natureza.

– A tia da criança é uma boa cliente e pediu-me para eu lhe dar uma vista de olhos. Isso não significa que possa deixá-lo em perfeito estado. Terei que esperar umas semanas porque as queimaduras ainda são relativamente recentes.

– Pelo menos estás a dar-lhe esperança e uma oportunidade – disse Callie, olhando para ele como se fosse algo mais do que um médico. – Isso já é muito, Noah. Não tires importância a ti mesmo.

– Não, mas quero ser realista. É possível que não possa fazer nada, mas farei tudo o que estiver na minha mão para ajudá-lo.

A maior parte dos médicos pensavam que eram deuses, mas Noah conhecia as suas capacidades e as suas limitações.

Ela esboçou um sorriso rasgado.

– Tenho novas notícias desde que no outro dia falámos sobre a audição. Recebi uma chamada! – exclamou antes de deixar as suas coisas numa cadeira. – Não é estupendo? A minha agente ligou-me ontem, quando ia a caminho de casa, e disse-me que podia conseguir-me uma audição para segunda-feira.

– Fico contente por ti – mentiu ele. – Assegura-te de ligar à Marie para ver se ela pode substituir-te.

– Eu ligo – sorriu ela, depois baixou a vista, cobriu o rosto com as mãos e desatou a chorar.

– Callie? – Noah contornou a secretária para aproximar-se dela. – Estás bem?

Ela secou as faces e negou com a cabeça.

– Queria uma oportunidade e consegui-a – disse-lhe. – Depois de ligar à Olivia...

– Ligaste à Olivia?

Callie assentiu.

– Ontem de manhã. Tinha de ligar-lhe para lembrar-lhe que na próxima semana ela tem consulta para o tratamento de Botox. Pensei que era a minha oportunidade para pedir-lhe uma audição. O pior que podia acontecer era que ela dissesse que não. Ficou impressionada com a minha iniciativa e disse-me que veria o que podia fazer – sorriu por um instante. – E ontem à noite ligou-me a minha agente, portanto, já está.

Noah pensava que ela não sabia o que é que estava a pedir. Era possível que imaginasse que em Hollywood tudo eram passadeiras vermelhas e celebrações.

Mas parecia tão contente que ele pensou que não a podia desanimar. Seria um cretino se não lhe mostrasse o seu apoio. A sua mãe sempre o tinha ensinado a comportar-se como um cavalheiro.

– É estupendo, Callie – até lhe sorriu para demonstrar-lhe que ficava contente por ela. Depois, apontou-lhe para o rosto. – Se calhar queres retocar a maquilhagem antes de chegarem os pacientes.

Callie tocou nas pálpebras e, ao ver que tinha manchado os dedos de preto, disse:

– Oh, não! Devo ter um aspeto desastroso.

– Não poderias fazer nada para ser menos bela.

Sem pensar nisso, esticou a mão para secar-lhe as lágrimas. Ao sentir o toque do seu dedo polegar, ela conteve a respiração e olhou para ele nos olhos.

Depois pousou o olhar nos seus lábios e voltou a olhar para ele. Noah desejou apertá-la entre os seus braços e beijá-la. Só uma vez. Que problema havia?

A sua relação laboral.

– É melhor eu ir arranjar-me – disse ela, dando um passo atrás e agarrando nas coisas que tinha deixado na cadeira. Antes de sair, voltou-se para olhar para ele por cima do ombro.

– Obrigada, Noah. Significa muito para mim ter alguém que me apoie.

O que podia ter feito? Deitar por terra todos os seus sonhos? E em que diabo estava a pensar? Tinha-a acariciado e tinha-se aproximado dela tanto que podia ver o brilho dos seus olhos verdes e inalar a fragância que se desprendia da sua pele.

E Callie tinha olhado para ele como se ele fosse um santo. E não gostava disso. Desejava Callie, mas só fisicamente. Qualquer outra coisa seria uma loucura. Mas as suas hormonas não captavam a mensagem.

Tinha que manter a situação sob controlo. Sempre tinha gostado de mulheres belas, mas o caráter inocente e entusiasta de Callie era intrigante. Ela não parecia aborrecida ou amargurada, como a maioria das mulheres que ele conhecia. E, se calhar, por isso é que lhe parecia tão fascinante.

E se fosse capaz de lembrar que mantinham uma relação laboral, se calhar podia deixar de imaginá-la nua e abraçada ao seu corpo.

Não podia ter uma relação íntima com Callie. Tinha prometido que nunca voltaria a implicar-se emocionalmente com ninguém. No entanto, nunca tinha desejado tanto uma mulher. E tudo indicava que ela também se sentia atraída por ele.

Devia manter as distâncias.