{Portada}

Se gostou deste livro, também gostará desta apaixonante história que cativa desde a primeira até à última página.

Clique aqui e descubra um novo romance.

Portada Tentação grega

www.harlequinportugal.com

Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

© 2010 Maxine Sullivan. Todos os direitos reservados.

A FILHA DO SEU IRMÃO, N.º 1015 - Agosto 2011

Título original: High-Society Secret Baby

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em portugués em 2011

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

® Harlequin, logotipo Harlequin e Bianca são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

I.S.B.N.: 978-84-9000-595-8

Editor responsável: Luis Pugni

ePub: Publidisa

Inhalt

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Promo

Capítulo Um

– Casar-me contigo? – exclamou Cassandra Roth deixando-se cair no sofá.

Dominic Roth, de costas para a esplanada e para a cidade de Melbourne, olhou para a sua linda cunhada. Se não a conhecesse quase sentiria pena dela.

– Isso mesmo. Tu e eu vamo-nos casar.

Nervosa, Cassandra levantou-se afastando o cabelo loiro da cara.

– Mas o Liam só morreu há uma semana... Dominic apertou os lábios.

– Sei muito bem quando o meu irmão morreu.

E o mês de Dezembro já nunca seria igual para a sua família. O princípio do Verão e os Natais trariam sempre a triste lembrança de Liam.

– E eu sei quando morreu o meu marido – replicou ela.

– Só o foi durante menos de três anos. O Liam foi meu irmão durante vinte e oito anos.

Liam era o mais jovem da família. Adam era o do meio e Dominic dois anos mais velho do que Adam. E nenhum deles imaginara que Liam morreria tão jovem.

– Isso é um golpe baixo – murmurou ela. Dominic tentou fingir que não sentia qualquer remorso, mas a verdade era que nunca tinha dito isso a nenhuma outra mulher.

Cassandra tinha-se casado com Liam só para pôr as mãos na fortuna dos Roth e o seu bisavô levantar-se-ia do túmulo se soubesse que Roth’s, a cadeia de grandes armazéns luxuosos, estava a pagar as despesas de uma oportunista.

Dominic meteu a mão no bolso do casaco para tirar um envelope.

– Tenho aqui uma carta do Liam. Nela, o meu irmão dá-te uma explicação. Cassandra levantou uma sobrancelha.

– Uma explicação sobre o quê?

– Sobre o motivo de querer que te casasses comigo.

– O meu marido queria que me casasse contigo?

– Queria que a filha crescesse na família, que fosse sempre uma Roth.

– Mas a Nicole já é uma Roth. Ele sabia isso melhor do que ninguém.

– O meu irmão não queria que voltasses a casar-te e pensou que o farias mais tarde ou mais cedo, especialmente considerando a tua aventura com o Keith Samuels.

Cassandra respirou profundamente.

– Tu sabes disso?

– O Liam contou-me.

– Mas não foi assim, não foi uma aventura.

– Não me dês explicações, por favor. Não quero saber os detalhes.

Ela olhou-o, trémula, mas Dominic não pensava deixar-se afectar por aqueles olhos azuis brilhantes. De maneira que lhe deu o envelope fechado e voltou para o seu sítio, observando-a enquanto o abria e começava a ler a carta que havia no interior.

Como podia uma mulher ser tão incrivelmente bonita e tão falsa ao mesmo tempo? O que atraía os homens?

O conjunto de calças, camisola e casaco cor-de-rosa projectava uma imagem de elegância e graça. As sandálias de salto davam-lhe estilo, tal como os brincos de ouro delicados e o fio que trazia ao pescoço. A maquilhagem era requintada, a pele perfeita, o cabelo loiro caindo sobre os ombros.

Mas esse rosto perfeito estava pálido quando terminou de ler a carta.

– Tu leste-a?

– Não, mas o Liam contou-me o que dizia. Cassandra levantou-se do sofá.

– Desculpa, mas não posso fazê-lo.

– Parece-me que não tens escolha.

– Porquê?

– A leitura do testamento de Liam é amanhã e pensei dar-te a carta hoje para evitar uma cena.

Felizmente, os pais dele estavam a fazer um cruzeiro para afogar a tristeza...

– Uma cena? Não te entendo.

– Se não te casares comigo dentro de duas semanas, todas as posses do meu irmão serão para a Nicole quando fizer vinte e um anos. Tu receberás uma pensão anual até então e se precisares de mais dinheiro terás de mo pedir a mim.

– O quê? Dominic negava-se a sentir compaixão por ela.

– O Liam falou-me da pensão mensal que recebias e acho que era muito generoso, de maneira que tens muito a perder, não achas?

– Mas isso era por... isto é ridículo – disse Cassandra então. – Impugnarei o testamento.

– Podes tentar, mas está tudo muito claro. O Liam podia fazer com o dinheiro dele o que quisesse e foi isso que fez. De maneira que terás dinheiro suficiente para sobreviver... mas podes ir esquecendo o teu estilo de vida antigo – ameaçou-a Dominic, olhando à volta.

A ampla casa parecia saída de uma revista de decoração. Decorada em tons brancos, com tecnologia de última geração, dispunha de um jardim ideal para receber os amigos. Dominic tinha estado ali só duas vezes, mas sempre pensara que era perfeita para Liam e Cassandra.

Mas estudando-a agora, notou que aquela não parecia a casa dela. Teria sido decorada por Liam? E por que não ela? A frieza, a brancura, a independência, tudo isso deveria identificar-se com Cassandra mas curiosamente não era assim.

Dominic fez uma careta. O que lhe importava? Maldito fosse Liam por o envolver naquele assunto. Se não tivesse ido ao hospital durante o processo de inseminação artificial. Se não...

– Esqueces que esta casa está em meu nome – disse Cassandra então. – Poderia vendê-la.

– Não, lamento, mas a casa não é tua. O Liam pôs a escritura no meu nome há uns meses. Cassandra ficou ainda mais pálida.

– Meu Deus ... não queria que ficasse com nada, pois não?

– Não. O próprio marido a fazer-lhe aquilo, fossem quais fossem as circunstâncias do relacionamento deles, tinha de magoar, pensou ele.

Naturalmente, nunca amara Liam. Tinha-o demonstrado quando o obrigou a ir para casa dos seus pais para morrer em vez de ser ela a cuidar dele. Chorara quando tudo terminou, mas Dominic sabia que não era uma viúva com o coração partido.

– Eu diria que não estava no seu perfeito juízo

– murmurou Cassandra.

– O advogado dele vai dizer o contrário.

– E o que pode impedir que me case contigo, levante o dinheiro e saia daqui?

Dominic soube que era o momento de lhe explicar a situação. Não a queria ver suplicar... a não ser que fosse no quarto.

Era a mãe de Nicole, a filha de Liam, uma menina de nove meses que, naquele momento, dormia no seu quarto e não sabia o que se estava a passar entre os adultos.

– Se não te casares comigo ou se te casares comigo e depois quiseres o divórcio, pedirei a custódia da Nicole.

Quando Cassandra voltou a deixar-se cair no sofá, Dominic esteve a ponto de aproximar-se, mas parou a tempo. Não havia a menor dúvida de que amava a filha, isso era a única coisa que a desculpava aos olhos dele. Mas devia recordar que estava a lutar pelos direitos legais da custódia. Nicole merecia crescer com os Roth.

Se pudesse contar-lhe a verdade sobre a menina... mas não podia dizer uma palavra até que chegasse o momento. Tinha prometido a Liam mantê-lo em segredo até que o futuro de Nicole estivesse solucionado e só quando Cassandra e ele fossem casados.

Além disso, tinha de pensar nos seus pais. Devia esperar até que a dor causada pela morte de Liam fosse pelo menos suportável antes de lhes dar a notícia.

– Olha à tua volta, Cassandra – disse-lhe. – A Nicole e tu vivem uma vida de luxo. Não achas que poderia convencer um juiz de que a menina tem direito a continuar a viver desta forma?

– O amor de uma mãe é bem mais importante do que o dinheiro.

– Não sei se conseguirias convencer um juiz disso. Além disso, uma esposa infiel faria com que se questionasse a moral dessa mulher, não achas?

– Mas eu não fui infiel ao Liam – protestou Cassandra.

– Poupa-te para o juiz.

Ela abanou a cabeça num gesto de incredulidade.

– Isto é absurdo.

– Estou de acordo – assentiu Dominic, – mas é o que o Liam queria e no que a mim diz respeito vou fazer tudo o que for possível para cumprir o último desejo do meu irmão. Cassandra olhou-o, em silêncio, durante uns segundos.

– Diz-me lá uma coisa: que consegues tu com isto, além de uma esposa que não te ama e uma menina que não é tua filha? Dominic demorou uns segundos a responder:

– A satisfação de saber que a minha sobrinha tem um pai.

– Porquê tu? Por que não o Adam?

Pensar em Cassandra com Adam não era agradável para Dominic. Gostava muito do seu irmão, mas Adam não tinha intenção de voltar a casar-se depois da morte da esposa há uns anos atrás num acidente. Além disso, ele não estava disposto a partilhar Cassandra com ninguém. Era muito difícil dissimular o desejo que sentia por ela quando ela vivera com Liam e não pensava passar por isso outra vez. Se o casamento era a única opção, e era, casar-se-ia com ele e com mais ninguém.

– Eu sou o mais velho e farei o que tenho a fazer.

Notou então que as faces de Cassandra se ruborizavam, mas não sabia se de raiva ou de vergonha.

– Esqueces-te dos teus pais, Dominic.

– Os meus pais perderam um filho, mas têm a oportunidade de conservar a neta. Eu acho que vão entender.

– Mas se nem sequer gostam de mim.

– Esperas que gostem de ti depois de teres enganado o filho deles? Cassandra fulminou-o com o olhar.

– Casei-me com o teu irmão por amor.

– Sim, pois claro – disse Dominic, trocista.

– Tu sempre pensaste que me tinha casado com ele por dinheiro, não foi?

– Não só por dinheiro. Ser uma Roth proporciona muitas outras coisas. Ela fez uma careta de desdém.

– Ah, estou a ver. Como eu não venho de uma família rica, automaticamente isso faz-me desejar o que vocês têm, não é? Pensei que eras mais inteligente.

– A minha inteligência não tem nada a ver com isto.

– Não, mas o meu futuro e o da minha filha sim.

Dominic fez um esforço para endurecer o coração.

– É só o futuro da tua filha que me preocupa.

– Muito obrigada. Se calhar devia dar-ta agoramesmo e esquecer-me dela. É isso que queres?

– Farias isso?

– Pois claro que não!

– E se te oferecesse um milhão de dólares?

– Não me insultes, Dominic.

– Um milhão é pouco? Cassandra olhou-o, magoada.

– Estamos a falar da minha filha e tenho a intenção de que continue ao meu lado. A Nicole é a minha prioridade.

Dominic conteve um suspiro de alívio. Sabia que aquela mulher era uma oportunista e uma adúltera, mas a possibilidade de que vendesse a sua filha por dinheiro era demasiado horrível.

– Então, ou casas comigo ou nada. Sim ou não,

– Cassandra? Ela respirou profundamente.

– Parece que não tenho alternativa.

– Nem eu, mas isto não é por nós.

– Não, é pela minha filha e ela é a única razão pela qual me casarei contigo. Dominic sorriu, trocista.

– Estás a tentar tocar-me o orgulho?

– Não tenho um martelo bastante grande para afectar esse orgulho.

Cassandra estava a sorrir, por mágoa certamente, e Dominic soube que não era o martelo o que devia preocupá-lo. O que deveria preocupá-lo era aquele sorriso.

– Eu trato de tudo – disse bruscamente.

E depois saiu de casa sem dizer nem mais uma palavra. Tinha de se lembrar que o seu irmão tinha ficado obnubilado pela beleza daquela mulher. Liam tinha-lhe dado o seu apelido, uma casa luxuosa, peles, jóias, e Cassandra tinha aceitado tudo sem o menor escrúpulo.

Sim, ela tinha-lhe dado a única coisa que Liam queria desesperadamente antes de morrer: uma filha com a qual esperava deixar algo seu neste mundo.

Mas fora mesmo um sacrifício tão grande? Tendo um filho com Liam viveria rodeada de luxos toda a vida.

Naturalmente, o que ela não sabia era que o laço que tinha com o seu irmão afinal ganhara à consciência.

Mas um dia teria de saber a verdade: que a filha, que achava que era do seu marido, era na realidade de Dominic.

Cassandra ficou sentada no sofá muito depois de o cunhado se ter ido embora. E continuava com a carta de Liam na mão.

Como podia ele ter-lhe feito aquilo? Liam, o homem que se tinha apaixonado por ela três anos antes, um jovem lindíssimo que lhe confessou ter ficado louco por ela quando a viu trabalhar atrás de um balcão de cosméticos nos grandes armazéns Roth’s...

Não aceitara um não como resposta, mas Cassandra desejava que o tivesse feito.

Cassandra, desculpa-me por fazer isto, mas não tenho alternativa. Quero que a Nicole cresça rodeada pela minha família.

O casamento fora um desastre quase desde o princípio. Tinha-o amado, mas Liam só desejava levar pelo braço uma mulher bonita, isso era a única coisa que lhe interessava nela.

E depois acusou-a de ter uma aventura com o seu amigo Keith Samuels. Ela detestava Keith, mas um dia apareceu em casa quando estava sozinha dizendo que tinham de falar urgentemente e, enquanto estava ocupada a fazer um café, aproveitou para beijá-la. Liam apareceu nesse momento e, por muito que lhe explicasse que não quisera beijá-lo, o marido convenceu-se de que tinham uma aventura. Keith, naturalmente, tinha-se feito de inocente; até chegou a dizer que ela o seduzira meses antes e que ele tentara romper o relacionamento, sem dúvida como um álibi no caso de a mulher dele saber.

No dia seguinte chegaram os resultados dos exames que Liam tinha feito no hospital com a pior das notícias e Cassandra não tivera coração para o abandonar. Na saúde e na doença... além disso, era o primeiro aniversário do casamento deles.

Não é só por causa da Nicole. Quero que os meus pais vejam com frequência a neta deles.

Cassandra não estava preparada para a surpresa que viera uns meses depois. De repente, Liam queria ter um filho para deixar algo dele neste mundo. Debilitado pelo tratamento e não se sentindo atraente como homem, suplicou-lhe para que tivessem um filho por inseminação artificial.

A Nicole será um grande consolo para os meus pais e isso é um consolo para mim.

Ao princípio não queria fazê-lo porque não queria trazer ao mundo uma criança naquelas circunstâncias, mas Liam sabia que desejava ser mãe e assegurou-lhe que toda a família cuidaria dela quando ele já não estivesse.

Ainda assim, Cassandra não estava convencida.

E no meio de tudo aquilo, o seu querido pai adoptivo sofrera uma embolia e a sua irmã Penny, adoptada como ela, não o podia ajudar economicamente. Liam, aproveitando a oportunidade, prometera levar Joe para um lar onde cuidariam maravilhosamente dele. Ele pagaria todas as despesas se ela aceitasse ter um filho.

E por fim, Cassandra aceitou.

Quero que te cases com o Dominic. Só assim estarei certo de que a Nicole continua a ser uma Roth. Ele cuidará bem da menina, garanto-te.

Liam disse-lhe que depositaria meio milhão de dólares na sua conta corrente para pagar todas as despesas, mas nunca depositara o dinheiro. E agora sabia porquê. Que Deus tivesse piedade dele. Tê-lo-ia planeado desde o princípio ou fora algo que lhe tinha ocorrido quando o final estava perto? Certamente nunca saberia a resposta.

No caso de te negares a fazê-lo, deixei uma carta que

o meu advogado entregará ao Dominic. Nela conto toda a verdade.

A verdade!

Ela não queria saber nada dos Roth, mas, aparentemente, tinha as mãos atadas. E devia casar-se com Dominic.

O seu cunhado.

À primeira vista, Dominic Roth era um homem frio e arrogante, mas a verdade era que entre eles sempre houvera uma atracção secreta. Antes, enquanto era casada, fora algo em que não queria nem pensar, mas sabia que existia.

Apesar das acusações de Liam, ela nunca tinha sido infiel ao marido. Nem com o irmão dele, nem com Keith.

Mas não queria reconhecer a atracção por um homem que detestava. Talvez fosse uma ingénua, mas queria acreditar que o amor e o desejo andavam de mão dada. Com Dominic, sabia que não seria assim. Seria desejo e mais nada. Não haveria amor entre eles.

Perdoo-te a tua aventura com o Keith já que me culpo a mim mesmo por isso. E perdoo-te por aceitares dinheiro para teres um filho comigo. Sei que tu não querias e fizeste-o só por mim. Mas também sei que a verdade, caso se soubesse, te faria muito mal.

Cassandra engoliu em seco. Não havia nenhuma verdade nas suas palavras, nem sobre a aventura com Keith, nem sobre Nicole. Como podia Liam mentir daquele modo? Estava a dizer que era uma adúltera que vendeu o seu corpo para ter um filho com um moribundo, mas não fora absolutamente nada assim. Ela queria ser mãe, mas o seu relacionamento com Liam já tinha acabado. Aceitou por ele, não por dinheiro, embora precisasse dele para o lar do seu pai.

Casa-te com o Dominic e eduquem juntos a Nicole, como uma família. O meu irmão será um pai estupendo e a Nicole é uma menina linda que merece ser querida por si própria.

Se te negares, o Dominic já tem a minha bênção para pedir a custódia da Nicole. Na carta que o meu advogado tem detalha tudo o que deve ser usado contra ti nos tribunais.

A ameaça fez com que Cassandra sentisse um arrepio. Dominic poderia fazer com que parecesse uma oportunista para conseguir a custódia de Nicole. Não duvidaria em retorcer a verdade para a fazer ficar mal, especialmente se o juiz chamasse Keith para depor. Estava certa de que aquele canalha cometeria perjúrio para salvar o seu casamento.

E, após demonstrar que era uma mentirosa, o advogado só teria de dizer que a sua pensão mensal aumentara consideravelmente quando aceitou submeter-se ao tratamento de insemina

ção artificial. E isso demonstraria que tinha chantageado o seu marido.

A carta será destruída seis meses depois de te casares com o Dominic. Essa é a minha decisão.

Poderia impugnar o testamento, naturalmente, mas que possibilidades teria uma mulher sem meios económicos contra uma família milionária como os Roth? Porque os seus sogros iriam odiá-la quando descobrissem «a verdade». E quereriam vingar-se.

De maneira que teria de casar-se com Dominic e deixar que pensassem o pior dela.

Não queria que pudesse usar nada contra ela nos tribunais. Uma mulher infiel que paga para ter um filho não era algo que um juiz considerasse com bons olhos, fossem quais fossem as circunstâncias ou o que fizesse com o dinheiro.

E não queria arriscar-se a perder a sua filha por nada deste mundo.