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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

© 2009 Kathie DeNosky. Todos os direitos reservados.

UMA NOITE, DOIS FILHOS, N.º 1019 - Agosto 2011

Título original: One Night, Two Babies

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em portugués em 2011

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

® Harlequin, logotipo Harlequin e Bianca são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

I.S.B.N.: 978-84-9000-596-5

Editor responsável: Luis Pugni

ePub: Publidisa

Inhalt

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Epílogo

Promo

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Portada Tentação grega

www.harlequinportugal.com

Capítulo Um

– Senhora Montrose, sei que aquilo que o Derek fez não está bem, mas tem de lhe dar outra oportunidade.

Ao ouvir aquela voz masculina, Arielle Garnier levantou os olhos do ecrã do computador e...o seu coração deu um salto. O homem que acabava de entrar no seu gabinete era a última pessoa que ela esperava voltar a ver. E, a julgar pela sua expressão, ele estava tão surpreendido quanto ela.

– Gostaria de falar com a Directora do Colégio, a Senhora Montrose, sobre o incidente com o Derek Forsythe. – Pode indicar-me onde a posso encontrar? – perguntou, depois de afinar a voz.

– A Helen Montrose já não trabalha aqui. Vendeu o colégio e reformou-se há duas semanas – Arielle tentava desesperadamente manter um tom de voz tranquilo apesar dos nervos. – Eu sou a nova proprietária do Colégio Premier.

Depois, respirou profundamente e recordou que deveria permanecer serena, apesar de a reaparição daquele homem a ter perturbado sobremaneira. Aquele território era seu e ele era um intruso. Contudo, preferiu agarrar o touro pelos cornos em vez de deixar transparecer que a sua presença a afectava.

– Qual é o problema? Ele abanou a cabeça.

– Não tenho tempo para joguinhos, Arielle. Quero falar com a Helen Montrose o mais depressa possível.

O sentimento de surpresa por vê-lo foi substituído por um sentimento de cólera. Ele parecia não acreditar que ela era a nova proprietária do estabelecimento de ensino pré-escolar Colégio Premier.

– Já te disse: a Senhora Montrose reformou-se. E se tens alguma coisa para dizer sobre o Colégio, terás de me dizer a mim.

Ele não parecia estar muito satisfeito com a situação, mas ela também não estava contente por ver o homem que, três meses antes, e depois de ter passado uma semana a amá-la como se ela fosse a mulher mais desejável à face da terra... tinha desaparecido sem dizer nada. Nem sequer tinha tido a decência de deixar uma mensagem ou de lhe telefonar.

– Muito bem – disse. Era óbvio que ele não achava graça nenhuma, mas deixou de insistir para falar com a Senhora Montrose. – Parece que esta é uma boa ocasião para apresentar-me novamente: o meu nome é Zach Forsythe.

O mundo de Arielle desabou. Além de a ter deixado pendurada sem dizer nada, tinha-lhe mentido sobre o seu nome? Ele era o Zachary Forsythe, proprietário do império hoteleiro Forsythe?

E estava ali para falar de Derek Forsythe...isso quereria dizer que ele era o pai? E que era casado?

Arielle tentou recordar se tinha ouvido dizer ou lido recentemente alguma coisa sobre ele na imprensa. Mas, a única coisa que se lembrava era que Zach Forsythe, famoso por viver uma vida recatada e longe das luzes da ribalta, preservava a sua intimidade como se protegesse o ouro de Fort Knox. E, infelizmente, não sabia nada sobre o seu estado civil.

A ideia de que poderia ter passado uma semana nos braços de um homem casado provocou-lhe um arrepio.

– Corrige-me se estou errada, mas eu não te conheci há uns meses atrás como Tom Zacharias?

Ele passou a mão pelo cabelo impacientemente.

– Sim, enfim, sobre isso...

– Poupa-me as explicações, não estou interessada em ouvi-las – interrompeu Arielle. – Pensei que querias falar sobre Derek Forsythe e imagino que queiras falar sobre o castigo por ter mordido outra criança. Zach anuiu com a cabeça.

– Sim, claro. Tens de lhe dar outra oportunidade.

– Não estou aqui há tempo suficiente para conhecer todos os alunos, mas a professora do teu filho disse...

– Sobrinho – interrompeu ele. E imediatamente esboçou o mesmo sorriso que a tinha feito apaixonar-se por ele quatro meses antes. – O Derek é filho da minha irmã. Não sou nem nunca fui casado, Arielle.

Foi um verdadeiro alívio para ela ouvir aquelas palavras, mas o seu sorriso devastador e o tom íntimo que tinha empregado para pronunciar o nome dela fizeram com que engolisse em seco.

– Não é preciso ser casado para ter filhos – replicou, fazendo o possível para recuperar a compostura.

– Sim... enfim, creio que isso é uma decisão pessoal – observou Zach, encolhendo os ombros.

– Mas eu não teria um filho se não fosse casado.

– Independentemente do que queira ou deixe de querer, não é esse o assunto que estávamos a falar, Senhor Forsythe.

– Trata-me por Zach.

– Acho que não...

Antes que pudesse terminar a frase, Zach deu um passo em frente.

– E pode ser que o casamento não seja um problema, mas não quero que penses...

– O que eu penso ou deixo de pensar é irrelevante – desesperada por mudar de assunto, Arielle tentou concentrar-se na questão que tinham entre mãos. – A professora do Derek diz que é a terceira vez que ele morde outro menino esta semana e o Colégio tem normas muito estritas para este tipo de comportamento.

– Sim, percebo, mas o Derek só tem quatro anos! Não podes abrir uma excepção? Não sei se te falaram do acidente da minha irmã, e agora não vou aborrecer-te com esses pormenores, mas o Derek sofreu muito nos últimos meses e é essa a razão pela qual se porta assim. As coisas estão a voltar à normalidade e tenho a certeza absoluta de que vai deixar de se portar mal. É um bom menino, podes acreditar em mim.

Zach ou Tom, ou como é que se chamasse, estava a colocá-la numa situação muito incómoda. Por um lado, regras são regras e tinham sido feitas para educar as crianças. Se abria uma excepção para Derek teria de abrir para os outros. Mas, por outro lado, se não lhe dava uma outra oportunidade, poderia parecer que estava a castigá-lo por aquilo que o tio dele tinha feito.

– E se eu te prometer que vou ter uma longa conversa com o Derek para fazê-lo entender que é completamente inaceitável morder as outras crianças? – perguntou Zach, enquanto apoiava as mãos à beira da secretária. – Vá lá querida, toda a gente merece uma segunda oportunidade.

Arielle não tinha tanta certeza disso. Afinal, Zach tinha-lhe mentido sobre o seu verdadeiro nome e depois tinha desaparecido sem dar uma explicação. Mas a sua aproximação, o facto de lhe chamar «querida» com aquele sotaque texano, provocou-lhe um arrepio na espinha.

– Está bem – disse finalmente, afastando-se para trás.

Na verdade, estava disposta a dizer qualquer coisa para que ele parasse de sorrir e saísse do seu gabinete. Além disso, quanto mais tempo ficasse ali mais fácil seria para ele perceber porque é que ela andava há semanas a tentar entrar em contacto com ele. E não estava preparada para falar do assunto porque não era nem o local nem o momento adequados.

– Se explicares ao Derek que não se deve morder os outros meninos, desta vez deixo-o passar com uma advertência – disse finalmente. – Mas, se voltar a acontecer, teremos de o expulsar do colégio temporariamente.

– Parece-me justo – Zach ergueu-se, com um sorriso nos lábios. – Agora que já esclarecemos este assunto, vou-te deixar em paz para que possas continuar a trabalhar. Ah! Foi uma agradável surpresa voltar a ver-te, Arielle.

Sim, e os porcos voam, pensou ela fazendo um esforço para conter o sarcasmo. Mas antes que lhe pudesse dizer que não acreditava nele, Zach saiu do seu gabinete e fechou a porta.

Arielle suspirou, fechou os olhos e tentou concentrar-se. O que é que poderia fazer? Tinha deixado de o procurar quando se viu num beco sem saída. Claro que agora já sabia o porquê: o homem de quem ela tinha andado à procura não existia. Tinha feito amor com Zachary Forsythe, o magnata hoteleiro...e tinha sido ele quem lhe tinha mentido. E ali estava ele, com um sobrinho em idade pré-escolar, a viver na cidade para onde ela tinha ido viver.

– Como é que é possível que a minha vida esteja num caos tão grande?

Arielle tapou a cara com as mãos e fez o possível por organizar os seus pensamentos. Não sabia o que fazer ou se deveria fazer alguma coisa. Evidentemente, Zach não esperava voltar a vê-la e não estava satisfeito que fosse assim. E ela também não estava especialmente entusiasmada.

De repente, sentiu um frio na barriga e pousou a mão sobre ela para tentar conter a emoção. Em primeiro lugar, tinha cometido um erro ao apaixonar-se por aquele homem tão carismático. E, em segundo lugar, tinha desperdiçado inúmeras horas a tentar encontrar alguém que, evidentemente, não valia a pena encontrar.

Mas, inocentemente, tinha querido acreditar que ele teria uma explicação plausível para o facto de, há uns meses atrás, a ter deixado sem dizer nada. E, no fundo, sabia que se estava a enganar a si própria, mas era mais fácil pensar assim do que aceitar que tinha sido uma tonta. Mas agora não tinha a menor dúvida de que ele era o canalha que ela temia que ele fosse.

Engoliu em seco e retirou um lenço de papel para secar os olhos. A mudança para Dallas deveria ter sido um acontecimento positivo, um gesto simbólico para deixar para trás o passado e começar de novo. Mas Zach tinha estragado tudo. Não o conseguiria esquecer e seguir em frente se ele aparecesse no colégio sempre que lhe apetecesse.

Suspirou e retirou outro lenço. Não gostava nada de andar tão chorona ultimamente, mas a culpa também era de Zach.

Quando voltou a sentir outro frio na barriga, abriu imediatamente a gaveta da secretária para retirar o pacotinho de bolachas salgadas que guardava para estas ocasiões.

Sim, a culpa de que as suas hormonas a deixassem exageradamente emocional, além de outros problemas, era de Zach Forsythe. E o principal problema era pensar como e quando é que ia dizer ao homem mais imbecil do Texas que, embora não fosse casado, dentro de cinco meses ia ser o pai do seu filho.

Zach entrou no seu gabinete quartel-general dos hotéis Forsythe e recordou o encontro inesperado com Arielle Garnier. Tinha pensado muito nela desde aquela semana que passaram em Aspen, mas, desde então, não esperava voltar a vê-la. E muito menos no colégio do seu sobrinho. Contudo, graças ao mau comportamento de Derek, encontrava-se na incómoda posição de ter de suplicar algo à mulher que tinha deixado plantada há uns meses atrás. Suspirou, deixou-se cair na poltrona que estava em frente à sua secretária e olhou para a fotografia aérea do hotel luxuoso de Aspen. Recordava que Arielle lhe tinha dito que era professora primária num colégio em São Francisco...então, porque é que estava no Texas?

E como é que teria conseguido o dinheiro para comprar o colégio pré-escolar com mais prestígio em Dallas?

Talvez os seus irmãos mais velhos tivessem alguma coisa a ver com o assunto, pensou. Se bem se lembrava, ela tinha-lhe dito que um deles era um advogado muito conhecido em Los Angeles e que o outro era o proprietário de uma das construtoras mais importantes do sul. Eles poderiam ter-lhe emprestado dinheiro para comprar o colégio. De facto, tinham sido eles que lhe tinham oferecido a viagem a Aspen para celebrar o seu vigésimo sexto aniversário.

Zach concentrou a sua atenção na fotografia do hotel luxuoso e não pôde evitar um sorriso quando recordou a primeira vez que viu Arielle. Tinha sido o seu sorriso encantador e a sua beleza que o atraíram em primeiro lugar; depois o sedoso cabelo arruivado que fazia sobressair a sua pele de porcelana...e os olhos castanhos-escuros mais belos que jamais tinha visto.

Mas, à medida que a noite ia passando, foi ficando fascinado pela sua inteligência e pelo seu sentido de humor. Na manhã seguinte, eram amantes.

Enquanto pensava na semana mais emocionante e memorável da sua vida, a porta abriu-se e a sua irmã entrou no gabinete.

– Falaste com a Senhora Montrose? – perguntou-lhe, sentando-se na cadeira e apoiando a muleta na secretária. – Sempre foi uma pessoa muito justa e, desde o acidente, tem sido muito compreensiva com o comportamento do Derek Zach negou com a cabeça.

– A Helen Montrose já não é a proprietária do colégio, Lana.

– Ah não? – havia um tom de pânico na voz da sua irmã. – Quem é que o comprou? Expulsaram o Derek? Explicaste à pessoa responsável que normalmente ele não se porta assim?

– A Arielle Garnier é a nova proprietária do colégio – respondeu ele, olhando na cara da sua irmã.

Quem não soubesse nada do acidente de Lana, via nela a imagem viva da saúde. Mas havia dias em que se sentia demasiado fatigada por causa da terapia.

– A Senhora Montrose vendeu o colégio?

– Não quero que te preocupes, já tratei de tudo e prometi falar com o Derek sobre o seu comportamento. Não o expulsaram e não o farão, a não ser que volte a morder outro menino.

– Ah! Menos mal! – suspirou Lana, sorrindo.

– O Derek está mais tranquilo agora porque me tiraram o gesso e voltámos para casa. Tenho a certeza de que em breve vai voltar a ser o mesmo menino de sempre.

Lana tinha partido as pernas e duas costelas no acidente, para além de ter sofrido outras lesões internas graves, e Zach tinha insistido em que viesse para a casa dele com o menino até que estivesse totalmente recuperada. Quando lhe deram alta do hospital, não podia tomar conta dela e muito menos de um rapazinho irrequieto de quatro anos e meio.

– Como é que correu a terapia? – pergun tou-lhe, ao ver que fazia uma careta quando mudou de postura. – Dói-te?

– Melhorei muito mais do que o fisioterapeuta pensava, mas não são os exercícios que me provocam dores – disse ela, apontando para a janela.

– É o mau tempo. Desde que tive o acidente, posso predizer as chuvas muito melhor do que um barómetro.

Zach olhou por cima do ombro e viu que estava sol.

– Achas que vai chover?

– Os meus joelhos dizem que sim, portanto o melhor é que não saias daqui sem um guar da-chuva.

– Vou tentar não me esquecer – riu-se. – Se queres ir a casa descansar, eu digo ao Mike para ir buscar o Derek ao colégio.

Lana assentiu, enquanto se levantava e segurava na muleta.

– Se calhar não é má ideia. Prometi ao Derek que ia fazer bolachas de chocolate para o lanche e ia-me fazer bem dormir uma sesta antes de ir para a cozinha.

– Mas não faças demasiados esforços. Ela riu-se, enquanto se dirigia para a porta.

– Não te preocupes, não há perigo.

– Ah! É verdade! Vou ao rancho este fim-de-semana. Queres vir e trazer o Derek? O rancho familiar no qual tinham crescido, no norte de Dallas, tinha-se convertido num sítio tranquilo para passar os fins-de-semana.

– Obrigada, mas acho que agora o Derek precisa de estar sozinho com a sua mamã. Além disso, já sabes que o rancho fica inundado quando chove e não quero ter de ficar fechada em casa. Mas por favor, dá um beijinho meu à Mattie e diz-lhe que daqui a duas semanas eu e o Derek vamos visitá-la.

– Podes pedir ao motorista que te leve onde quiseres porque eu vou no meu carro. E se mudares de opinião, diz-lhe que te leve até ao rancho.

– Está bem, mas não me parece que vá – Lana sorriu.

Quando a sua irmã se foi embora, Zach voltou ao trabalho. Contudo, não podia deixar de pensar em Arielle Garnier e como estava tão deslumbrante e linda naquela manhã. Tinha uma espécie de brilho na cara que o tinha deixado fascinado.