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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2004 Cindy Gerard

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Tempestade de sedução, n.º 609 - julho 2019

Título original: Storm of Seduction

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1328-502-3

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

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Capítulo Um

 

 

 

 

 

Estava apaixonada. Com um amor desesperado. Uma mulher apaixonada às vezes fazia coisas censuráveis, cometia actos imperdoáveis em nome do amor.

Tonya Griffin penetrou mais no escuro bosque na esperança de que o esquivo Damien não a visse. Estava grata por o ter voltado a localizar. Da primeira vez que o tinha visto, há pouco menos de uma semana atrás, tinha-se apaixonado perdidamente por ele. Desde então, esperava com ansiedade o momento em que o voltaria a ver. O amor desculpava a invasão da sua privacidade e aquele abuso de confiança. Ergueu a câmara, fez os ajustes necessários para se adaptar à luz de Setembro.

– Já te tenho, meu gigante – sussurrou e, evitando com cuidado a vegetação à sua frente focou a lente.

Ele ainda ignorava que ela o perseguia e que o estava a fotografar. Mas, no entanto, como Tonya sabia que em breve se aperceberia da sua presença, avançou com rapidez para aproveitar a luz da tarde antes de que se desencadeasse a tempestade anunciada. Precisava de se despachar, antes de que ele voltasse a desaparecer. Não lhe agradaria nada que ela o capturasse, ainda que fosse só em fotografia.

– Desculpa-me, Damien – murmurou. Ajustou a teleobjectiva e, embora a temperatura estivesse agradável, aquele primeiro plano provocou-lhe um arrepio.

Era verdadeiramente magnífico. O seu olhar, escuro como o pelo que cobria o seu peito, perdia-se entre os pinheiros.

– Alto, moreno e perigoso – murmurou com um sorriso. – O dono do teu universo, não é verdade?

A cabeça escura voltou-se para ela e, com um profundo grunhido, descobriu-a.

– Ui! – disse ela e rapidamente baixou a câmara, porque sabia que tinha passado de ser caçadora a presa em questão de segundos.

Sentiu um aperto no coração mas, apesar do perigo, não pôde evitar tirar mais algumas fotografias. Ouviram-se uma sucessão de estalidos da câmara e o seu rugido de irritação ecoou pela floresta.

Assustada, Tonya ficou petrificada quando ele se lançou para ela com longas passadas. Passou-lhe pela cabeça que, se ali morresse, demorariam semanas em aperceber-se da sua falta. De repente, sentiu-se muito sozinha e assustada. Apesar do seu pânico, sentiu-se invadida por uma súbita pena ao pensar em todas as coisas que tinha querido fazer na sua vida, todas as coisas que tinha perdido. Contendo a respiração, preparou-se para o golpe que com certeza receberia quando, por alguma incrível razão, ele se deteve e deu meia volta. Uma golfada de ar inundou-lhe os pulmões quando finalmente recuperou o fôlego.

– Gosta de mim – murmurou com um sorriso trémulo, os dedos rígidos pela força com que tinha apertado a câmara, sentindo uma súbita pressão na bexiga, indicativa do medo que tinha sentido. – Tem que ser amor – repetiu a si mesma, começando a correr em direcção à cabana, – caso contrário, agora estaria morta, em vez de estar a interrogar-me sobre se conseguiria chegar à casa de banho antes de fazer xixi pelas pernas abaixo.

Apesar do tremendo susto e da imperiosa necessidade que sentia, riu de alegria ao ter podido apanhar Damien no seu habitat natural. Com os seus mais de trezentos quilos, era, sem dúvida alguma, o urso pardo mais possante, feroz e bonito de Koochinching Country, no Minnesota e, durante um segundo, embora não tivesse sido durante mais do que um segundo, tinha sido seu.

 

 

– Incrível – murmurou Web Tyler ao ver a mulher rir-se e passar ao seu lado como um relâmpago. Tonya Griffin nem sequer se apercebeu da sua presença.

Não a conhecia pessoalmente, mas tinha visto o trabalho da galardoada fotógrafa de animais selvagens: normalmente, fotografias a preto e branco. Conhecia a sua obra, tal como qualquer pessoa que alguma vez tivesse olhado para uma edição da National Geographic ou alguma das outras revistas sobre a vida selvagem. Todos concordavam que ela tinha um talento indiscutível.

Por isso se encontrava ali. Tonya Griffin era a melhor. E, como Web precisava do melhor, tinha deixado a civilização a contragosto e apanhado um avião de madrugada para a ir tirar daquela floresta com um contrato exclusivo com a Tyler-Lanier Publishing Group.

Mas tudo se tinha complicado desde então.

Para começar, o jacto da empresa não se encontrava disponível e tinha-se visto obrigado a apanhar um voo comercial até ao Minnesota. Pearl, a sua secretária executiva, tinha-lhe omitido aquela informação. Depois de uma espera interminável de três horas no aeroporto de Minneapolis, tinha finalmente entrado num aviãozinho que percorria a distância de duas horas até International Falls, no Minnesota, uma cidade de uns dez mil habitantes junto à fronteira com o Canadá. E como não havia carros de luxo na única agência de aluguer, tinha tido que se contentar com um utilitário que tinha já uns bons quilómetros de uso.

Tinham-lhe dito que demoraria duas horas a chegar à reserva de ursos onde se escondia Tonya Griffin. Duas horas se não se perdesse. Mas tinha-se perdido várias vezes. Quatro horas e trinta e sete minutos mais tarde, tinha finalmente chegado, embora o carro tivesse ficado atolado numa vala do tamanho do Alasca. Continuou, apesar do barulho estranho que começou a fazer desde então, porque não tinha outra alternativa. Não tinha qualquer noção de mecânica, tal como não sabia nada sobre a natureza nem sobre como orientar-se na floresta.

Com os braços caídos ao longo do corpo, olhou à sua volta com uma expressão séria e depois sacudiu a cabeça, lançando um suspiro. Homem do asfalto até à medula, desejou que aquele encontro com a terra dos alces e os mosquitos se acabasse quanto antes. De pé ali, rodeado de rochas, árvores, céu, e o silêncio mais profundo que alguma vez tinha ouvido, pensou no que o que é que o teria motivado a embarcar naquela aventura.

Sobrevivência. Essa era a sua motivação. A sua reputação profissional. Para a garantir, precisava de Tonya Griffin, quer ela quisesse fazer parte do jogo quer não. Com uma exclamação, seguiu-a com o olhar. Surpreendeu-o o facto de que ela não o tivesse visto ali especado, mas ao mesmo tempo admirava a sua concentração, que a fez passar ao seu lado como se ele fosse invisível. Mesmo medindo ele mais de um metro e oitenta.

– Então e agora? – perguntou ele, ao vê-la desaparecer na velha cabana e fechar a porta. A sua missão era diplomática, uma missão da qual dependia o seu prestígio profissional. – Vieste para ser amável – recordou ele, disposto a tolerar as excentricidades daquela mulher.

Inclinou-se para apanhar o boné de camuflado que ela tinha perdido na sua corrida. Sim, pensou, decididamente era tolerante, e deu uma palmada no pescoço para espantar um mosquito.

Um valente bater de porta proveniente da cabana fez com que levantasse a cabeça. O motivo da sua viagem encontrava-se ali, e uma expressão de desagrado escurecia-lhe os olhos azuis.

– Está em propriedade privada – disse ela. Cruzou os braços e observou-o com desconfiança.

Para além de tudo, pensou ele, em território hostil. Conseguiu esboçar um sorriso. Não era assim tão difícil de fazer. Era fácil sorrir a uma mulher e, embora aquela não fosse de uma beleza estonteante, era bonita, com um estilo desportivo de «menina da casa ao lado» tipicamente americano.

– Custou-me muito encontrá-la. Sou Web Tyler – disse, dando um passo com a mão estendida, mas ela não fez nenhum esforço para se aproximar dele.

– Sei quem é – disse, aceitando o boné sem lhe apertar a mão.

– Óptimo – disse ele, sem surpresa, – poupamos as apresentações, porque eu também sei quem é.

– O que é que quer, Tyler? – disse ela, fitando-o após uns instantes de silêncio.

«Estar em qualquer outro sítio menos aqui, minha cara».

– Para começar, não me desagradaria uma chávena de café.

– Café Driftwood – ofereceu sem sorrir, apoiando-se contra uma das colunas da entrada e indicando com o queixo o caminho. – A uns trinta quilómetros pelo caminho por onde veio, à esquerda. Não tem nada que enganar. Fazem uma torta muito boa também.

Claro que não tinha nada que enganar. Tinha passado três vezes pelo cruzamento onde se situava o Café Driftwood quando estava perdido. Sem o poder evitar, soltou uma gargalhada.

– Não é propriamente um exemplo de hospitalidade, pois não?

– Estou a trabalhar, senhor Tyler. Tenho ainda umas cinco horas pela frente.

– Está bem – disse ele, esboçando outro sorriso amável quando ela desceu as escadas da entrada da cabana e passou por ele uma segunda vez. – Eu espero que termine para podermos falar.

– Como queira! – disse ela. Deteve-se, lançou-lhe um olhar e encolheu os ombros.

Sem o poder evitar, fascinado, ficou onde estava, observando-a enquanto trabalhava.

O sol da tarde iluminava o feminino cabelo loiro, apanhado numa grossa trança que terminava a meio das costas e se começava já a desfazer. As suaves madeixas que se escapavam do elástico emolduravam-lhe o rosto, acariciando-lhe a nuca. Pequenos pedaços de ramos e folhas tinham-se enredado nele como se fosse uma teia de aranha. Provavelmente teria também uma ou outra folha, imaginou Web com um grunhido de desaprovação, dirigindo-se à cabana.

Sentou-se no último degrau das escadas e, apoiando os cotovelos nos joelhos, descansou o queixo sobre as mãos, decidido a esperar que ela terminasse. Mais cedo ou mais tarde, ela teria que falar com ele.

Ao olhar para ela sentiu-se aborrecido. Não estava há mais de duas horas naquele sítio perdido do Minnesota e já estava aborrecidíssimo. As árvores aborreciam-no, aquele ambiente de solidão aborrecia-o, a infernal quietude da floresta aborrecia-o. Tinha saudades de Nova Iorque e do ritmo da cidade, as luzes e a velocidade. Não se podia dar ao luxo de estar muito tempo afastado da revista. Mas, segundo Pearl, tinha que contratar a inimitável Tonya Griffin.

Depois de a ouvir remexer num pequeno telheiro e de a ver sair a carregar recipientes de algo que se assemelhava a ração para cães, admirou o panorama. Que ridículo! Ficou desconcertado ao notar que a sua libido se despertava com aquela imagem. Aquela mulher não era nada o seu estilo. Na realidade, não sabia que tipo de homem a acharia atraente. Apaixonar-se por aquela fotógrafa baixinha que preferia os outros mamíferos aos homens e cujo vestuário consistia em variações de caqui e verde?

Esticou as pernas, cruzou os tornozelos e apoiou os cotovelos no degrau superior, preparado para esperar. Apesar dos seus esforços, ela não conseguia esconder a sua feminilidade. Com os olhos semicerrados, Web viu que, por trás dos bolsos da camisa, algo se movimentava enquanto ela corria de um lado para o outro. Como homem inteligente que era, apercebeu-se de que aquilo indicava claramente que ela tinha seios. Possivelmente bonitos, mas parecia querer escondê-los. Inclinando a cabeça, observou-a com mais detalhe e concluiu que as suas pernas também não eram nada de deitar fora, independentemente das picadas de mosquitos, arranhões diversos, nódoas negras e os joelhos sujos. Para além disso, teve que reconhecer que tinha um traseiro divino. Nem sequer os calções largos o podiam esconder.

Esconder. Aquela parecia ser a palavra chave ali. Nunca a tinha conhecido pessoalmente, mas sabia coisas sobre ela. Tudo o que lhe tinham dito sobre Tonya Griffin, aquela rapariga de doces seios, um traseiro decididamente bonito e uma cabeleira de anjo, indicava que ela queria esconder tudo o que fosse remotamente feminino, da mesma maneira que se escondia da civilização.

Não era preciso dizer que não era o tipo de mulher que ele compreendia. Não é que ela não fosse relativamente atraente. Tinha uns bonitos olhos azuis, olhos que provavelmente brilhavam quando se ria. Os seus lábios eram cheios e generosos, o seu nariz bonito, e a sua testa alta. Era difícil de imaginar o que poderia conseguir com um pouco de maquilhagem.

Essas sim, eram as mulheres que ele compreendia. As mulheres que se sabiam maquilhar com arte, envolver-se em roupa de estilistas e arranjar o cabelo na perfeição. Ele compreendia as unhas arranjadas na manicura, os olhares insinuantes e os saltos altos de agulha. Apreciava a sofisticação, a ambição e a forma como se relacionavam as mulheres na cidade. Mas, decididamente, não compreendia uma mulher que cheirava a repelente de mosquitos.

Passou uma meia hora antes de que perdesse totalmente a paciência e decidisse ir ver se conseguia fazê-la ficar quieta durante tempo suficiente para ter uma conversa tranquila, contratá-la e ir-se embora dali de uma vez por todas. Acabava de se pôr de pé e de sacudir o pó das calças quando sentiu um arrepio na espinha.

Estava a ser observado. Não sabia por quem ou por quê mas, como as informações de que dispunha lhe indicavam de que a única pessoa que ali vivia era Tonya, estava claro que lhe restavam poucas alternativas. Lentamente, voltou a cabeça e ficou imóvel.

A uns dois metros, um urso pardo que parecia suficientemente grande e esfaimado para o comer de uma só vez, erguia-se sobre as patas traseiras, observando-o. Lançou um profundo grunhido, fazendo com que todos os músculos do seu corpo ficassem tensos, numa preparação instintiva para largar a correr.

– Não se mexa – ouviu Tonya dizer numa voz muito suave, calma, mas terrivelmente séria, a pouca distancia dele. Não a tinha ouvido aproximar-se, da mesma maneira que não tinha ouvido o urso.

Apesar do seu instinto inicial ter sido correr, e correr rapidamente, a verdade era que estava totalmente paralisado. O urso de gigantescos dentes e garras afiadas como navalhas observava-o com os seus olhos negros como alabastro.

– Traz alguma comida consigo?

Sem desviar o olhar do enorme animal, Web tentou pensar.

– Não. Espere, sim. Bombons de chocolate e mentol – disse, ao recordar-se de algumas guloseimas que tinha comprado numa máquina do aeroporto.

– Tire-os lentamente do bolso. Não faça movimentos bruscos. Lance-as a alguns metros de distância. Muito bem. Levante as mãos com as palmas para cima, para lhe mostrar que não tem nada mais.

Web fez exactamente o que ela lhe dizia e depois observou em tenso silêncio como o enorme animal o olhava por última vez com curiosidade antes de se afastar com o seu passo bamboleante para ir apanhar os doces. Com surpreendente destreza, o urso desfez os papéis, meteu os chocolates na boca e depois avançou pelo caminho até um dos recipientes de ração para cães que Tonya tinha distribuído por ali. Quando conseguiu voltar a respirar, Web inspirou profundamente, recuperou a sua dignidade destroçada e conseguiu esboçar um sorriso.

– Lição de sobrevivência número um – disse, voltando-se para ela, que o encarava com uma expressão de censura: – Não te intrometas entre um urso e a sua comida, a não ser que queiras fazer parte da refeição.

A piada contribuiu para o acalmar, mas não foi suficiente para conquistar a rainha do bosque.

– Lição número dois: Só tens uma oportunidade para aprender a lição número um – disse ela. Passou ao seu lado e subiu as escadas da cabana. – O Oscar é um dos muitos ursos que vêm cá comer, e nem todos são assim tão amistosos. Eu, no seu lugar, aproveitaria este momento. A estrada e a civilização ficam naquela direcção – assinalou com o polegar o caminho e entrou na cabana.

Ele ficou a olhar para a porta que ela lhe fechou na cara. Passou a mão pelo cabelo e notou, com alguma vergonha, que ainda tremia um pouco.

– Estás a divertir-te, Tyler? – murmurou, e subiu as escadas ruidosamente atrás dela, certificando-se de que o urso se afastava em direcção contrária.

Não, não se estava a divertir. Primeiro, tinha sido obrigado a deixar Nova Iorque. Depois, tinha conduzido um traste durante horas, perdido num território totalmente desconhecido. Finalmente, tinha sido recebido por uma maria rapaz de joelhos sujos e botas de combate que, a contragosto, tinha evitado que a sua distracção o tornasse no almoço de um urso.

Decididamente, não tinha sido divertido. A sua irritação, que quase chegava a ser raiva, não era devida ao facto de estar fora do seu elemento, nem ao facto de que ela fosse tão mal-educada que nem sequer quisesse ouvir a sua proposta. A sua irritação era porque era ela quem detinha o controlo, algo que normalmente era ele quem o possuía em qualquer negociação. E a consciência disso, deixava-o fora de si.

Pelo amor de Deus, ele não sabia que teria que enfrentar caminhos de terra cheios de lombas, cabanas de madeira, hectares e hectares de árvores e ursos de verdade. Não estava habituado a que lhe dissessem que não, sem contemplações, e muito menos que o dissessem sem sequer lhe dar a oportunidade de apresentar os seus argumentos.

Aquele tinha sido o erro crasso da senhora Griffin. Por mais incomodado que se sentisse, não estava disposto a desistir tão rapidamente. Se ela o conhecesse, saberia algo muito importante sobre ele: nem sempre jogava segundo as regras, mas jogava sempre para ganhar. E aquele jogo ainda estava bem longe de ter chegado ao fim.

Tinha que encontrar uma forma de levar Tonya Griffin para Nova Iorque. Subiu decidido os degraus: faria o seu trabalho e partiria. «Muito bem, que comece o jogo!»